O dia de sua
execução, 21 de abril, é feriado nacional. A cidade mineira de Tiradentes, antiga Vila de São José do Rio das Mortes, foi renomeada em sua
homenagem. Seu nome está inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, desde 21 de
abril de 1992
Tiradentes
nasceu na Fazenda do Pombal, próximo ao arraial de Santa Rita do Rio Abaixo, à
época território disputado entre as vilas de São João del-Rei e São José del-Rei, na Capitania de Minas Gerais[3].
Joaquim José
da Silva Xavier era filho do português Domingos da Silva Xavier, proprietário
rural, e da portuguesa nascida na colônia do Brasil,
Maria Paula da Encarnação Xavier (prima em segundo grau de Antônio Joaquim Pereira de Magalhães),
tendo sido o quarto dos nove filhos.
Em 1755,
após a morte de sua mãe, segue junto a seu pai e irmãos para a sede da Vila de
São José; dois anos depois, já com onze anos, morre seu pai. Com a morte
prematura dos pais, logo sua família perde as propriedades por dívidas. Não fez
estudos regulares e ficou sob a tutela de seu tio e padrinho Sebastião Ferreira
Leitão, que era cirurgião dentista.[4] Trabalhou como mascate e minerador,
tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em Vila Rica, e se dedicou também às práticas
farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, o que lhe valeu o
apelido (alcunha) de Tiradentes.[2] Segundo frei Raimundo de Penaforte, Tiradentes
"ornava a boca de novos dentes, feitos por ele mesmo, que pareciam
naturais"
Com
os conhecimentos que adquirira no trabalho de mineração, tornou-se técnico em
reconhecimento de terrenos e na exploração dos seus recursos. Começou a
trabalhar para o governo no reconhecimento e levantamento do sertão sudestino.
Em 1780, alistou-se na tropa da Capitania de Minas Gerais; em 1781 foi
nomeado comandante do destacamento dos Dragões na patrulha do "Caminho Novo",
estrada que servia como rota de escoamento da produção mineradora da capitania
mineira ao porto Rio de Janeiro na Serra da Mantiqueira. Sua atuação levou à
prisão de um famoso grupo de salteadores liderados pelo temido Montanha.[6] Foi a partir desse período que
Tiradentes começou a se aproximar de grupos que criticavam o domínio português
sobre as capitanias por onde circulava. Insatisfeito por não conseguir promoção
na carreira militar, tendo alcançando apenas o posto de alferes,
patente inicial do oficialato à época, e por ter perdido a função de marechal
da patrulha do Caminho Novo, pediu licença da cavalaria em 1787.
Na crônica Memórias
da Rua do Ouvidor, capítulo 7, o escritor e médico fluminense Joaquim Manuel de Macedo relata que, neste mesmo ano de 1787,
Tiradentes conhece uma certa "Perpétua Mineira", dona de uma casa de pasto na rua do Ouvidor, na cidade
do Rio de Janeiro e apaixonam-se, mantendo um romance
por pouco mais de dois anos. Em 1790, o Conde de Resende é nomeado Vice-Rei do Brasil, com a missão de acabar
com a conspiração mineira. Perpétua também passou a ser espionada, sua casa de
pasto foi por vezes invadida e já não se encontrava mais com Tiradentes, que já
havia sido preso. Segundo a crônica, Perpétua foi vista pela última vez em 21
de abril de 1792 nas proximidades da forca onde havia sido executado seu amante.[7]
Após a
licença da cavalaria, Tiradentes morou por volta de um ano na cidade carioca,
período em que idealizou projetos de vulto, como a canalização dos rios Andaraí e Maracanã para a melhoria do abastecimento de
água no Rio de Janeiro; porém, não obteve
aprovação para a execução das obras. Esse desprezo fez com que aumentasse sua indignação
perante o domínio português. De volta às Minas Gerais, começou a pregar em Vila
Rica e arredores, a favor da independência daquela capitania. Fez parte de um
movimento aliado a integrantes do clero e da elite mineira, como Cláudio Manuel da Costa, antigo secretário
de governo, Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor da
comarca, e Inácio José de Alvarenga Peixoto,
minerador e grande proprietário de terras na Comarca do Rio das Mortes. O movimento
ganhou reforço ideológico com a independência das colônias estadunidenses e a formação dos Estados
Unidos. Ressalta-se que, à época, oito de cada dez alunos
brasileiros em Coimbra eram oriundos das Minas Gerais, o que
permitiu à elite regional acesso aos ideais liberais que circulavam na Europa.
Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Tiradentes
Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Tiradentes